domingo, 13 de março de 2011

A GLÓRIA REFLETIDA NA NEBULOSA DE MESSIER 78



Ficheiro:Messier 78.jpgA nebulosa Messier 78 é a atracção desta semana, através uma imagem obtida pelo instrumento Wide Field Imager, montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros do Observatório de La Silla, no Chile. O espectáculo brilhante tem como responsáveis as estrelas que se encontram mais atrás.

A radiação estelar brilhante faz ricochete nas partículas de poeira da nebulosa, iluminando-a com radiação azul dispersada. A imagem valeu a Igor Chekalin o primeiro lugar do concurso de astrofotografia«Tesouros Escondidos do ESO 2010».

Este é um bom exemplo de uma nebulosa de reflexão: a radiação ultravioleta emitida pelas estrelas não é suficientemente intensa para ionizar o gás e fazê-lo brilhar – as partículas de poeira reflectem simplesmente a radiação estelar que as atinge.

Apesar disso, a Messier 78 pode ser facilmente observada com um pequeno telescópio, uma vez que é uma das nebulosas de reflexão mais brilhantes no céu. Situa-se a 1600 anos-luz na constelação de Órion, podendo ser encontrada a Nordeste da estrela mais a Este do cinturão de Órion.

O matiz azul é uma representação assaz precisa da cor dominante da nebulosa. Estes tons são frequentemente observados devido ao modo como a radiação estelar é dispersada pelas pequeníssimas partículas de poeira: o menor comprimento de onda da radiação azul é dispersado de maneira mais eficiente do que o maior comprimento de onda da radiação vermelha.



A imagem de Chekalin
Ficheiro:Messier 78.jpg

Outra particularidade interessante da imagem de Chekalin é uma espessa banda de poeira que se estende ao longo de toda a imagem, desde o canto superior esquerdo até ao canto inferior direito, obscurecendo assim a radiação emitida pelas estrelas. No canto inferior direito são visíveis estranhas estruturas cor-de-rosa, criadas por jactos de matéria lançados por estrelas formadas recentemente e que ainda se encontram completamente envolvidas em nuvens de poeira.

As suas estrelas brilhantes, HD 38563A e HD38563B, são as principais forças motoras por trás de Messier 78. No entanto, a nebulosa alberga muitas mais, incluindo 45 estrelas jovens de pequena massa (com menos de dez milhões de anos), nas quais os núcleos ainda se encontram demasiadamente frios para se dar início à fusão do hidrogénio, as chamadas estrelas T Tauri. O estudo destas torna-se importante para compreender as fases iniciais da formação estelar, incluindo a formação de sistemas planetários.

O complexo de nebulosas variou significativamente nos últimos dez anos. Em Fevereiro de 2004 um observador amador experiente, Jay McNeil, obteve uma imagem desta região com um telescópio de 75 milímetros e ficou surpreendido ao detectar uma nebulosa – objecto agora conhecido como Nebulosa de McNeil.

Técnica de Chekalin
A imagem colorida foi criada a partir de várias exposições monocromáticas obtidas através de filtros azuis, amarelos/verdes e vermelhos, complementadas com exposições feitas através dum filtro H-alfa, o qual mostra a radiação reflectida pelo gás de hidrogénio brilhante. Os tempos de exposição por filtro foram de 9, 9, 17.5 e 15,5 minutos, respectivamente. 

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